Dezoito, Vinte e Dois



Dezoito, Vinte e Dois

Ás vezes me pego pensando como um simples número pode ser tão significativo e trazer tantas memórias. 

Há 10 anos, no dia 18 de Junho de 2004 perdi meu irmão, com então 22 anos, em um violento acidente automobilístico em Florianópolis. Faleceu na hora. Estavam em 3 amigos no carro e os outros saíram ilesos, um deles com uma pequena fratura no pé. Mas saíram andando. Foi realmente um marco nas nossas vidas. Nós, mas, principalmente meus pais, sofremos até hoje, e acredito, sofrerão até o fim de suas vidas. Este fato, inclusive, foi uma das maiores barreiras que tive que transpor para ingressar no mundo automobilístico.

Mas, pensando bem, hoje de cabeça mais fria, meu irmão poderia não ter falecido na hora, poderia ter ficado preso nas ferragens e o carro ter pego fogo e morrido carbonizado caso os bombeiros demorassem a chegar. Quem seria o culpado? Ou poderia ter ficado preso nas ferragens, com alguma fratura na coluna, ou hemorragia, que poderia ter sido salvo, caso os socorristas não demorassem? Se fosse o caso, ficaria a ira e a raiva dos socorristas em nossas almas eternamente. Não é?

Foi impossível não lembrar do fato acima neste último final de semana. Foram muitos acidentes, sendo alguns sérios, outros nem tanto.
O fato da demora dos socorristas, do treinamento do pessoal fora da pista, precisa ser revisto pelas associações e federações. Depois de uma tragédia, não vai adiantar nada solucionar. Precisamos ser proativos. Não vou (desculpe a primeira pessoa, mas é o MEU sentimento) levar meus pequenos, minha família, amigos, patrocinadores, nossa equipe, nossos pilotos para as corridas, para eles testemunharem uma tragédia, ou fazerem parte de uma.

Sim, o automobilismo é um esporte perigoso por si, mas precisamos treinar e nos preparar fora das pistas, para que o MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA (como disse o Francis) não vire uma tragédia a ser assistida por centenas de pessoas.
Adicionei a foto do carro e o vídeo do acidente sofrido pelo Spézia, de onde vocês podem tirar as suas próprias conclusões.

Texto: Rafael Bollmann Garcia

 

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